Mães atípicas também sabem EMPREENDER

Quando implementamos o projeto “Um novo olhar sobre a maternidade atípica” constatamos que muitas dessas mães, além de todo o processo de acolhimento (serem ouvidas e validadas), precisam / fazem algum trabalho informal, como mais uma fonte de renda, para garantir o sustento da família.

É preciso ressaltar, que durante a fase de cadastros, foi constatado que 64%* das mães cadastradas são “mães solo” e que sobrevivem com a ajuda do salário assistencial BPC, uma pensão irrisória do seu ex companheiro e de pequenos trabalhos informais como: diárias de limpeza, artesanato e venda de doces e salgados. A maternidade solo no Brasil, país marcado pela cultura machista, sexista e patriarcal, representa uma série de desafios. Seja por motivo de divórcio, viuvez, adoção, escolha ou abandono, as mães solo são as mulheres que são as principais, ou únicas, responsáveis pelas filhas e filhos. Elas se desdobram para conciliar trabalho, educação, cuidados com as crianças até a fase adulta, responsabilidades financeiras e demais aspectos de sua vida social, o que muitas vezes afeta sua saúde mental. E quando a mãe solo tem um filho com deficiência o problema torna-se ainda mais sério e muito menos visível (a mãe atípica, por falta de uma rede de apoio passa a isolar-se em casa com os filhos, ou seja, torna-se um problema a menos para a sociedade).

As mães atípicas não conseguem retornar ao mercado de trabalho porque a demanda com o tratamento do autista requer disponibilidade para levá-lo a terapia (às vezes 4 x por semana) e consultas aos médicos. Também levantamos que o número de famílias com mais de um autista em casa é de 53%*, ou seja, uma dupla jornada de terapias e consultas médicas. Durante as reuniões com as mães atípicas nos projetos de crochê e costura criativa percebemos o imenso interesse delas em continuar produzindo as peças em casa e tentar conseguir uma renda extra com as vendas. Muitas enxergaram em si habilidades que até então não conheciam e ficaram muito entusiasmadas com a possibilidade de isso se tornar uma nova fonte de renda.

Foi então que percebemos que 90% das mães não tem domínio das ferramentas básicas para conseguir vender seus produtos na internet. Muitas não sabem o básico de informática para formalizar os pedidos, não sabem precificar os produtos e não sabem como tirar fotos ou escrever um bom texto para alavancar as vendas nas redes sociais. Foi pensando nisso que decidimos investir em uma nova fase para o trabalho com as mães atípicas.

Fornecer qualificação e suporte para que consigam empreender de forma sustentável, ajudando com o aumento de renda da família e principalmente, redescobrindo a mulher com sonhos e desejos que ficou esquecida, por causa das demandas da maternidade atípica.

*cadastro realizado com 278 famílias da comunidade, entre os meses de nov/22 a fev/23

pessoas membros da ong reunidas
menino pequeno em um parque de diversões feliz
membros da ong durante uma palestra
membros da ong durante uma palestra 2
mãe e filho agachados tirando uma foto
membros da ong em uma foto na época de páscoa
membros da ong organizando doações para as crianças
membros da ong organizando doações para as crianças 2

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